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Facebook segue permitindo propaganda violenta depois de atos em Brasília

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Mesmo após os atos golpistas de 8 de janeiro, o Facebook falha novamente ao permitir propaganda violenta e anúncios pagos contendo discursos de ódio, ameaças de morte e incitação à ruptura do Estado Democrático de Direito no Brasil. Os dados são do novo experimento promovido pela Global Witness que acaba de ser divulgado.

Neste novo teste, das 16 propagandas colocadas na plataforma, apenas duas foram rejeitadas. As aprovadas incluíam textos que diziam “precisamos tirar os ratos que tomaram o poder e matá-los”, “Morte aos filhos de eleitores do Lula” e “Eles deviam estar presos ou mortos e enterrados, e não no Palácio do Planalto!”. A Global Witness apagou as publicidades antes que elas fossem divulgadas pela plataforma.

Entre o material aprovado ao qual o *desinformante teve acesso, também estavam chamados para novos atos golpistas. “Atenção Patriotas! Estamos organizando mil ônibus. Precisamos de 2 milhões de pessoas em Brasília para recuperar o poder” foi um dos anúncios aprovados pela plataforma, por exemplo, assim como outras mensagens que possuíam o código ‘Festa da Selma’, utilizados pelos golpistas para organizar a última invasão.

Os únicos dois anúncios rejeitados pelo Facebook destacavam de forma clara o termo ‘fraude’, deslegitimando o processo eleitoral democrático: “Os protestos não foram um ataque à democracia – roubar as eleições e as urnas fraudadas é que são um ataque à democracia” e “A eleição foi uma fraude. As pessoas no Palácio do Planalto não merecem estar lá e não têm o direito de governar”.

Enquanto o Facebook aprovou 87% dos anúncios testados, o YouTube passou pelo mesmo experimento e não permitiu que nenhuma das publicidades fosse ao ar, suspendendo as contas que a Global Witness utilizou para publicação.

“É inaceitável que o conteúdo violento que utilizamos para o experimento seja aprovado para publicação por uma rede social tão expressiva, como é o Facebook”, disse Rosie Sharp, ativista contra Ameaças Digitais da Global Witness. Sharp também coloca: “a resposta muito mais firme do YouTube demonstra que é possível ser aprovado no nosso experimento”.

No ano passado, a Global Witness realizou três experimentos semelhantes, e todos apontaram falhas graves no processo de moderação de discurso desinformativo sobre as eleições e de violência política. Em um dos testes, todos os anúncios enviados para o Facebook foram aprovados para publicação, incluindo os que possuíam informações falsas como a data da votação.

“Após a violência em Brasília, o Facebook declarou que estava ‘monitorando ativamente’ a situação e removendo conteúdos que violassem suas políticas. Esse experimento demonstra a incapacidade da plataforma em cumprir suas próprias promessas”, questiona a ativista.

A organização internacional também faz um pedido para que as plataformas digitais implementem medidas emergenciais para combater a desinformação e os incentivos à violência no Brasil.

O que diz a Meta

A Global Witness escreveu para a empresa proprietária do Facebook, a Meta, e um representante respondeu que: “esta pequena amostra de anúncios não é representativa de como implementamos nossas políticas na plataforma. Como já dissemos no passado, anteriormente às eleições brasileiras deste último ano, removemos centenas de milhares de conteúdos que violaram nossas políticas relativas a violência e incitação, e rejeitamos dezenas de milhares de anúncios antes que fossem publicados. Utilizamos tecnologias e recursos humanos para ajudar a manter nossas plataformas livres de abuso e estamos constantemente aperfeiçoando nossos procedimentos para fiscalizar nossas políticas em grande escala.”

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