As Olimpíadas começaram oficialmente no dia 26 de agosto, mas pelo menos desde março narrativas falsas sobre os Jogos Olímpicos de Paris circulam em sites e redes sociais, de acordo com o monitoramento de desinformação da organização NewsGuard. A organização vem acompanhando 18 narrativas enganosas que são disseminadas em 15 idiomas.
Algumas das narrativas com desinformação colocam em xeque a segurança durante as Olimpíadas, como uma que alega que o Hamas teria publicado um vídeo em julho de 2024 ameaçando fazer um ataque durante os Jogos pelo apoio da França a Israel na guerra. De acordo com o NewsGuard, o vídeo é inautêntico não está no canal oficial do Telegram do Hamas, nas contas oficiais do X dos porta-vozes ou nos sites afiliados ao grupo – onde outras ameaças já apareceram anteriormente.
Outra informação verificada como falsa pela organização se aproveita dos ataques ao sistema de trens em Paris no dia da abertura das Olimpíadas para disseminar que a CIA (Central Intelligence Agency) teria emitido um alerta avisando os cidadãos dos EUA a não usarem o metrô em Paris durante os Jogos devido a altas ameaças de terrorismo. “Autoridades americanas refutaram a alegação e pesquisadores descobriram que a narrativa faz parte de uma campanha de desinformação russa mais ampla, destinada a instilar medo entre o público para desencorajar a participação nos Jogos Olímpicos”, disse o NewsGuard.
Já outra peça desinformativa destacada pelo NewsGuard se tratava de um vídeo em que um trabalhador estaria adicionando corante azul ao rio Sena para fazê-lo parecer mais limpo para os Jogos Olímpicos de Verão de 2024 em Paris. No entanto, o vídeo foi, na verdade, filmado nos EUA e trazia uma legenda que buscava lançar dúvidas sobre a prontidão da França para sediar os Jogos.
Além desses conteúdos enfatizados no material da organização, outras peças sobre as Olimpíadas foram taxadas como desinformação. A agência Aos Fatos checou como falso o vídeo que mostrava pessoas orando em Paris e que alegava que a concentração tinha sido após a abertura dos Jogos, em que religiosos ficaram ofendidos com uma representação do que acreditaram ser da obra “A Última Ceia”, de Leonardo da Vinci, mas que se tratava do quadro “A Festa dos Deuses”, do italiano Giovanni Bellini.
Já especificamente no Brasil, circularam informações falsas de cunho partidário, como a de que a skatista Rayssa Leal havida dedicado a sua medalha para o ex-presidente Jair Bolsonaro ou que a primeira-dama Janja teria escolhido os uniformes do Brasil. Ambas as alegações foram checadas como desinformação pela Agência Lupa.