Os desafios da Integridade da Informação e da regulação brasileira de Inteligência Artificial foram alguns dos assuntos discutidos no primeiro dia do Data Privacy Global Conference, que está sendo realizado nesta segunda (25) e terça-feira em São Paulo. O evento reúne convidados nacionais e internacionais da sociedade civil, academia e mercado para debater os principais temas da governança digital contemporânea.
Na mesa sobre Integridade da Informação, os painelistas abordaram a necessidade de considerar não só a unidade informacional, mas também o funcionamento do próprio ecossistema digital. Uma das integrantes da atividade, Anna Carvalhido, líder de Políticas Públicas da Tools for Humanity, apontou a importância de garantir que os sistemas digitais resistam à manipulação ou que permitam a responsabilização por comportamentos maliciosos. “Podemos ampliar esse conceito [da integridade da informação]”, pontuou.
Já Nina Santos, diretora do Aláfia Lab e coordenadora geral do *desinformante, lembrou que o conceito de integridade informacional vem do Norte Global e apresenta desafios ao se aproximar com realidades e contextos dos diversos países que formam o Sul Global.
Em sua fala, a pesquisadora também apontou algumas saídas para a defesa da integridade da informação, como a soberania digital, a defesa do jornalismo e da informação de qualidade, a reconstrução do comum e a luta contra as desigualdades. “O combate à fome, às desigualdades e os preconceitos são questões amplamente interligadas [com a integridade informacional]”, disse Santos.
Em relação à regulação de Inteligência Artificial, que ainda espera ser votada no Senado brasileiro, os debates lembraram da importância de balancear o desenvolvimento da inovação com o respeito aos direitos dos cidadãos. “Temos que pensar como tornar essa regulação balanceada e responsiva, adaptando-se à complexidade das cadeias para encontrar riscos e impactos”, disse Christian Perrone, diretor de assuntos governamentais da Microsoft Brasil.
“Que o Brasil consiga inovar, mas que isso não esteja em contraposição com os direitos”, acrescentou Carla Egydio, diretora de Relações Institucionais da Associação de Jornalismo Digital (Ajor). Egydio também comentou sobre os impactos da IA no Jornalismo, lembrando que o setor não possui uma agência reguladora que possa garantir assistência nem uma legislação protetiva ao mercado jornalístico.