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mar 28, 2023 | Destaques, Notícias

Confira destaques do 1o dia de audiência pública no STF sobre o Marco Civil

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 No primeiro dia da audiência pública promovida pelo Supremo Tribunal Federal para discutir o Marco Civil da Internet, representantes do governo federal, do legislativo, da sociedade civil organizada e das empresas de tecnologia expuseram suas colaborações principalmente sobre o tema do artigo 19 do referido código, alvo de uma “controvérsia constitucional”, nas palavras do ministro Dias Toffoli, que contextualizou o problema na sua fala de abertura.

A controvérsia reside sobre a responsabilidade das plataformas sobre danos causados por discurso de terceiros por elas veiculadas. Atualmente, uma leitura do artigo 19 do Marco Civil possibilita a interpretação de que as plataformas só podem ser responsabilizadas caso haja descumprimento de ordem judicial de retirada de determinado conteúdo, respeitada a liberdade de expressão de terceiros garantida pela Constituição.

O ponto levantado, entretanto, é o de que as plataformas não são um meio neutro de veiculação de determinados discursos, mas acabam assumindo algum grau de responsabilidade ou se utilizarem de algoritmos que privilegiam alguns discursos a partir dos seus modelos de negócios e buscando lucro.

O ITS Rio preparou um placar sobre os posicionamentos na audiência pública que pode ser acessado neste link.

Luís Roberto Barroso, ministro do STF

O combate à desinformação, ao discurso de ódio e de extremismo no ambiente virtual deve considerar quatro eixos: a regulação estatal moderada; a autorregulação ampla; o acompanhamento desta autorregulação e a promoção de educação midiática.

Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do TSE

Afirmou categoricamente que o modelo atual de combate a esses discursos é absolutamente falido, “e não é só no Brasil, é no mundo todo”.

Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino

A liberdade de expressão não está em risco quando ela é regulada, fixando as fronteiras entre “uso e abuso”.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos

Questionou o modelo no qual há a “fusão de ódio e negócios”, já que as plataformas lucrariam com a circulação desse tipo de discurso.

João Brant, secretário de Políticas Digitais da SECOM

“O modelo atual autoriza a omissão”. Entre a ausência de responsabilização e a total responsabilização das plataformas “há nuances que devem ser discutidas”.

Guilherme Cardoso Sanchez, advogado sênior do Google

Reconheceu no cenário atual as diferenças daquele de 2014 (quando o Marco Civil da Internet foi promulgado), porém alertou “caso se entenda pela ampliação das hipóteses legais para a remoção extrajudicial de conteúdo, é necessário promover garantias procedimentais e critérios”, nas palavras do advogado que representou a empresa.

Rodrigo Ruf Martins, gerente jurídico do Facebook

Centrou sua posição no aprimoramento da política de moderação da própria empresa.

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