As experiências de alianças de checagem como a Coronavirus Fact Alliance e a Reverso foram tema do painel “Colaboração contra Desinformação em Eleições”, promovido pelo MisinfoCon, evento sobre checagem de fatos que pela primeira vez aconteceu no Brasil, em parceria com a Agência Lupa. O MisinfoCon é um movimento global que busca a construção de soluções sobre verificação, fact-checking e experiência do usuário em abordagens sobre desinformação em todas as suas formas.
Cristina Tardáguila, diretora-sênior de programas do ICFJ e que coordenou a formação da aliança global de checagem na pandemia, destacou que a colaboração entre diversos veículos de comunicação e perfis profissionais permitiu uma velocidade essencial ao trabalho e o impacto esperado. A Aliança já passou de 16 mil checagens que resultaram em matérias jornalísticas, análises e várias formas de conteúdo para informar os cidadãos a respeito da Covid-19. “O jornalismo que pretende combater a desinformação é colaborativo e não competitivo”, afirmou, ressaltando que o diálogo precisa acontecer entre diferentes áreas profissionais, incluindo tecnologia da informação, design, influencers e jornalistas.
Laura Zommer, diretora-executiva do Chequeado, participou da criação do Reverso, o maior projeto de checagem colaborativa da Argentina, que reuniu 120 meios de comunicação dos mais variados portes e perfis durante as eleições presidenciais. “A colaboração precisa ser o mais diversa possível. Precisa nos permitir escutar o que está acontecendo nos dois lados, chegar a todos os grupos. Esta é a ideia”, definiu.
Entre as dicas, Zommer citou a definição de fluxos de trabalho para facilitar a vida dos jornalistas e dos leitores e a certeza de que será preciso ceder em um processo colaborativo de combate à desinformação.
Thiago Rondon, integrante da assessoria especial de enfrentamento à desinformação do TSE, contou sobre o programa da Justiça eleitoral brasileira que já reúne mais de 50 parceiros. O objetivo do programa é preservar o direito do cidadão de exercer seu direito de voto de forma consciente e informada. Além das agências de checagem e das próprias plataformas digitais, o órgão firmou parcerias com partidos políticos, religiosos, clubes de futebol, entre outros setores da sociedade.
“O que nós observamos é que cooperações são de extremo valor e têm impacto preciso sobre o processo eleitoral porque a desinformação acontece o tempo todo e só cresce”.