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jun 27, 2022 | destaques, notícias

Campanha pressiona Google por mais transparência nos anúncios políticos no Brasil

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As organizações Sleeping Giants Brasil e Intervozes lançaram hoje uma campanha para pressionar o Google a dar mais transparência aos relatórios de publicidade política no país. Na última quinta-feira (23/06) o Google implementou relatórios de transparência de publicidade política no Brasil. Isso aconteceu com quatro anos de atraso, segundo a campanha, e após 34 países, todos do norte global. Especialistas das duas organizações avaliam os relatórios brasileiros como incompletos, parciais e piores que os disponíveis aos países do norte, “tratando os brasileiros como cidadãos de segunda classe.”

A publicação destes relatórios também faz parte do acordo assinado pela plataforma com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no âmbito do processo eleitoral deste ano. Pesquisadores e jornalistas avaliam que os anúncios políticos podem ter papel importante na disseminação da desinformação e a publicação desta prestação de contas ajuda a identificar campanhas desinformativas.

O Sleeping Giants e o Intervozes notificaram no dia 03/06 os executivos da @blackrock , um dos principais acionistas do Google, para que a plataforma acrescente o que falta nos relatórios brasileiros a tempo das eleições e pedindo o desinvestimento do acionista em uma companhia que está agindo contra a democracia brasileira. A campanha lançada hoje visa aumentar a pressão, através do compartilhamento de um vídeo que conta essa história e da hashtag #BlackRockdosomething.

O que falta nos relatórios de publicidade política

Os relatórios divulgam quem financiou os anúncios, o público-alvo escolhido e o alcance aproximado. Também é possível saber o total investido por anunciante a partir de novembro de 2021.

Porém, diferentemente de outros países, apenas titulares de mandados eletivos federais e candidatos a esses cargos estarão abrangidos pela transparência. Titulares e candidatos a cargos estaduais, bem como titulares de cargos municipais continuam com sua publicidade sem qualquer transparência, mesmo que a maior parte dos investimentos em publicidade desses atores políticos seja paga com recursos públicos, como o Fundo Eleitoral, o Fundo Partidário e verbas de gabinete. 

Já nos EUA, é possível verificar não só anúncios para cargos estaduais como os que tratem de “referendo, uma iniciativa ou uma proposta qualificada para ser votada no estado em questão”.

“Querem dar transparência a só uma pequena parte, deixando de fora a vasta maioria dos recursos utilizados com impulsionamento de conteúdos políticos. É inadmissível que a Google trate os brasileiros com desigualdade, oferecendo ao país uma ferramenta pior  e inferior a que está disponível ao Norte Global desde 2018, em um momento em que a democracia brasileira e as políticas de preservação da Amazônia estão ameaçadas”, denuncia Humberto Ribeiro, Diretor Jurídico do Sleeping Giants.

 

 

 

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