O Sleeping Giants, organização criada para desmonetizar conteúdo desinformativo na internet, lançou uma grande campanha para desmonetização do Twitter, a #DesmonetizaTwitter. O uso do antigo nome da rede social na campanha se dá pela não aderência dos usuários brasileiros ao nome ‘X’. A campanha vem a reboque dos ataques do proprietário do Twitter (X), Elon Musk, ao presidente do STF, Alexandre de Moraes e das ameaças de não cumprimento de ordens da Justiça brasileira no último final de semana.
“A campanha, que acontece através das redes sociais da organização, será feita não só com o intuito de pressão às empresas que anunciam na rede social de Elon Musk, mas também de conscientização, transparência e a informação sobre a importância da regulação das redes sociais, através de conteúdos, pesquisas e dados concretos sobre os mecanismos por trás do X”, informou o Sleeping Giants por meio de nota.
O diretor jurídico da organização, Humberto Ribeiro, afirmou que a intenção é também intensificar o conhecimento e informação sobre o PL 2630, proposta que tramita no Congresso Nacional. A organização acredita que mesmo com a desmonetização, apenas a regulação das redes pode conter os desmandos das big Tech.
Para a organização, a regulação das plataformas, o monitoramento de discursos e a existência de mecanismos para que a sociedade civil possa colaborar com a manutenção de um ambiente transparente e seguro, dado que o ecossistema monetiza nossos dados e os reverte para anunciantes, são essenciais para a saúde democrática.
Relator do PL 2630 pede que projeto seja pautado
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), destacou que o comportamento do bilionário é uma interferência estrangeira que conspira contra a democracia brasileira, segundo informações da Agência Brasil.
“Precisamos avançar com celeridade na votação do PL 2630, de relatoria do amigo Orlando Silva. E mais: amanhã me reunirei com o presidente da Anatel para avaliar quais medidas podem ser tomadas contra a grave ameaça representada pelas decisões e declarações recentes do dono do X. Talvez essa notícia seja uma surpresa para bilionário mimado que serve aos interesses do neofascismo, mas, no Brasil, ainda vigoram as leis brasileiras”, afirmou.
O relator do projeto de lei (PL) que regula as plataformas, deputado Orlando Silva (PcdoB-SP), disse que vai pedir ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), que paute o projeto.
“É impossível continuarmos no estado de coisas atual. As big techs se arrogam de poderes imperiais. Descumprir ordem judicial, como ameaça Musk, é ferir a soberania do Brasil. Isso não será tolerado. A regulação torna-se imperativa ao Parlamento”, comentou.
Em 2023, o projeto foi retirado de pauta. Segundo Lira, a ação das big techs, que são as megaempresas que controlam as plataformas de internet, foi decisiva para evitar a aprovação da matéria.