A Câmara dos EUA aprovou hoje (13/3) um projeto de lei com amplo apoio dos Republicanos e Democratas que força a empresa dona do TikTok a vender o aplicativo de vídeos curtos, extremamente popular naquele país, sob pena de ser banido dos Estados Unidos. O projeto agora vai para o Senado.
A medida agrava um confronto entre Pequim e Washington sobre o controle de tecnologias que podem afetar a segurança nacional, a liberdade de expressão e a indústria das redes sociais, segundo o New York Times.
A ação ocorreu apesar dos esforços do TikTok para mobilizar seus 170 milhões de usuários nos EUA contra a medida e em meio ao esforço do governo Biden para persuadir os legisladores de que a propriedade chinesa da plataforma representa graves riscos à segurança nacional dos Estados Unidos.
Usuários do aplicativo foram às ruas protestar contra a iminência do banimento, segundo o Axios, Os criadores que usam a hashtag #KeepTikTok têm postado vídeos incentivando a mobilização de seus seguidores, muitas vezes dizendo que uma eventual proibição restringiria a liberdade de expressão.
Alex Haurek, porta-voz do TikTok, disse ao NYT: “Temos esperança de que o Senado considere os fatos, ouça os seus eleitores e perceba o impacto na economia – sete milhões de pequenas empresas – e nos 170 milhões de americanos que utilizam o nosso serviço”, acrescentou.
Aplicativo virou questão de geopolítica
Em marco de 2023, por mais de cinco horas, o diretor executivo do TikTok, Shou Zi Chew, depôs perante ao Comitê de Comércio e Energia da Câmara dos Estados Unidos para esclarecer temas relacionados à cibersegurança nacional e ao bem estar dos usuários adolescentes. Desinformação e moderação de conteúdo também foram destaques na sabatina marcada por um clima tenso e de desconfiança. Mesmo afirmando que o TikTok não compartilha dados com a China, as respostas do executivo eram rebatidas por mais descrenças por parte dos políticos. “Eu ainda acredito que Pequim e o governo comunista estarão controlando e influenciando”, disse o republicano Frank Pallone Jr..
Desde 2022, o TikTok vem sendo tratado como assunto de geopolítica mundial. Até março de 2023, ao menos 14 países já haviam banido a plataforma de vídeo dos dispositivos governamentais e mais sete estariam analisando seguir a medida. Na Índia e no Afeganistão, o acesso aos cidadãos é proibido. Temores de vazamento de dados são a principal justificativa utilizada pelas nações.
O primeiro país a implementar uma proibição de acesso à rede social foi a Índia. Em junho de 2020, o país baniu totalmente o TikTok em território nacional junto com mais 58 plataformas de origem chinesa. Na época, o Ministério de Tecnologia da Informação afirmou que a ação foi necessária após identificar “atividades prejudiciais à soberania e integridade da Índia”.