O Digital Report 2021, estudo do Instituto Reuters que destaca as tendências na mídia mundial, apontou que a preocupação com informações falsas e enganosas aumentou globalmente. O Brasil lidera o ranking com um crescimento de 82%, enquanto Alemanha está na outra ponta com apenas 37%. Essa ampliação da preocupação com desinformação é refletida na região. A América Latina está na segunda posição (65%), atrás apenas da África (74%). Entre os assuntos que mais geraram apreensão dos entrevistados estão a pandemia do novo coronavírus e a política.
E por onde esses conteúdos são disseminados? No Brasil, os entrevistados disseram estar preocupados com o volume de desinformação que chega por meio de aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp. Globalmente, o Facebook é a plataforma onde os usuários apontaram sentir maior incerteza quanto à confiabilidade da informação. Em 2020, o Instituto Reuters já tinha mostrado, pela primeira vez, que as pessoas passaram a se informar mais pelas redes sociais do que pela TV. Esse ano, o relatório confirmou a constatação.
Dentre os conteúdos falsos ou enganosos compartilhados no mundo todo, os entrevistados apontaram ter visto informações, sobretudo, relativas a quatro tópicos: Covid-19 (54%), política (43%), celebridades (29%) e mudanças climáticas (20%).
No Brasil, a desinformação sobre a pandemia do novo coronavírus foi a mais citada. O país também é o que teve maior nível de preocupação com o comportamento dos políticos quando se trata da divulgação de conteúdo falso ou enganoso sobre a Covid-19, juntamente com a Polônia. Cerca de 41% dos entrevistados brasileiros e poloneses estão preocupados com isso. O relatório lembra que os países estão sob liderança de políticos populistas, que politizaram a pandemia.
A pesquisa também mostra que, apesar da crise sanitária ter acelerado o fim dos jornais impressos, gerando mais demissões na indústria, a busca por informações confiáveis cresceu.