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maio 7, 2024 | Destaques, Notícias

Brasil sobe 10 posições no ranking de liberdade de imprensa

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O Brasil subiu dez posições no ranking de liberdade de imprensa e chegou ao 82º lugar entre 180 países citados em levantamento da Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Trata-se da melhor colocação do Brasil nos últimos dez anos. Desde o último relatório divulgado pela entidade, o país recuperou, ao todo, 28 posições. O documento foi divulgado no dia 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Em escala global, uma coisa é clara: a liberdade de imprensa está ameaçada pelas mesmas pessoas que deveriam ser os seus garantidores: as autoridades políticas, diz o relatório.

“O novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva traz de volta uma normalização das relações entre as organizações estatais e a imprensa, após o mandato de Jair Bolsonaro marcado por uma hostilidade permanente ao jornalismo. Mas a violência estrutural contra jornalistas, um cenário midiático marcado pela alta concentração privada e o peso da desinformação representam desafios significativos para o avanço da liberdade de imprensa no país”, avalia a Repórteres Sem Fronteiras. 

A coleta foi feita nos meses de dezembro e janeiro a partir de 120 perguntas traduzidas em 26 idiomas com milhares de respondentes. Publicado anualmente, desde 2002, o ranking é feito a partir de índices que consideram questões políticas, sociais e diferentes ordens econômicas. O documento é utilizado por organizações internacionais como o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e agências de cooperação internacional como um indicador de referência sobre as garantias para que os jornalistas possam atuar livremente.

Na América Latina, destaque para a queda do índice na Argentina, que passou da posição 40 para 66 com a chegada de Javier Milei ao poder. mantendo uma postura abertamente hostil à imprensa. “Este cenário constitui terreno fértil para pressões do governo e das empresas através da publicidade pública e privada e do uso partidário dos meios de comunicação públicos nacionais, regionais e municipais”, diz o relatório.

No Peru (125o), as condições para a prática do jornalismo estão se deteriorando à medida que o sistema político se torna cada vez mais opaco. O país perdeu 48 posições em dois anos. Na América Central, a atitude abertamente hostil do presidente Nayib Bukele em relação ao jornalismo investigativo está por trás da queda significativa em El Salvador (133º), desde 2019.

Nos três países que estão nas últimas posições do ranking, Cuba (168º), Nicarágua (163º) e Venezuela (156o), o jornalismo está sujeito à censura com base em decisões arbitrárias que podem assumir a forma de detenções, interrupções de radiodifusão e obstáculos administrativos. Na Guatemala (138o), a criminalização de jornalistas e a prisão de José Rubén Zamora demonstram as graves ameaças que o jornalismo tem enfrentado nos últimos anos. 

No Equador (110.º), a crise política e o crescimento do crime organizado perturbaram o funcionamento democrático. Apesar de não ter registrado morte de jornalistas em comparação ao ano anterior, quando ocorreram seis assassinatos, o Haiti (93º) permanece em 131º lugar entre 180 em termos de segurança. No México (121º), o país com o maior número de jornalistas mortos (72) no mundo nos últimos dez anos, o presidente Andrés Manuel López Obrador não melhorou a situação durante o último ano do seu mandato, com discursos bastante desfavoráveis aos jornalistas.

Uma evolução positiva e novos desafios

A boa notícia vem do Chile (52º), que conquistou 31 posições. A redução da polarização e o desejo do governo de promover a liberdade de imprensa, a fim de criar um ambiente mais seguro para os profissionais da mídia, contribuíram para essa recuperação. 

No Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2024 da RSF, mais da metade dos países da região das Américas viram a sua situação se deteriorar, sobretudo devido ao declínio do indicador político.

Cada vez mais figuras políticas estigmatizam os jornalistas e os meios de comunicação nos seus discursos. A isto se somam campanhas de desinformação, processos judiciais abusivos e propaganda estatal que mantêm a desconfiança na imprensa e promovem a polarização. Essa violência combinada com agressões físicas a jornalistas em total impunidade cria um clima de autocensura na América do Sul e Central. 

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