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abr 20, 2022 | destaques, notícias

Alfabetização digital não basta para diminuir a vontade de compartilhar fake news

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Em um estudo experimental, pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) descobriram que a alfabetização digital é um fator importante para discernir conteúdo verdadeiro de falso, principalmente para julgar exatidão de manchetes publicadas online. Por outro lado, a alfabetização digital não é suficiente para reduzir a intenção de compartilhamento das  informações falsas ou enganosas. A pesquisa envolveu 1341 cidadãos norte-americanos aos quais foram apresentadas postagens verdadeiras e falsas sobre política e Covid-19. A maioria dos participantes se considerava branco (72,4%) e eram mulheres (59,3%).

Segundo o pesquisador David Rand, um dos autores do estudo, os resultados deixaram claro que apesar de “a alfabetização digital estar associada a uma melhor capacidade de identificar informações verdadeiras versus falsas, isto não parecia se traduzir em compartilhar informações de melhor qualidade”. Ou seja, não há conexão entre os julgamentos precisos sobre desinformação e as intenções de compartilhá-la. 

Os pesquisadores defendem no artigo que as implicações desse estudo estão associadas à identificação de usuários que são mais vulneráveis à desinformação – ou seja, os que têm menos conhecimento sobre tecnologias – e que apesar dos resultados não indicarem que as decisões de compartilhamento dos usuários têm relação com seus conhecimentos digitais, esses estarão melhor calibrados para julgarem a informação que consomem online.  A sugestão é que uma educação destinada a reduzir a desinformação deve se concentrar também no conhecimento sobre os processos noticiosos, ou seja, na alfabetização midiática. 

Isto enfatiza a natureza multifacetada da alfabetização digital e a importância de esclarecer ainda mais as suas muitas dimensões, “bem como a relação entre alfabetização digital, alfabetização midiática e alfabetização midiática digital”, defendem os pesquisadores.

Para chegar a esses resultados, os participantes foram designados aleatoriamente a avaliar a veracidade de um conjunto de manchetes e indicar sua probabilidade de compartilhar cada manchete nas redes sociais. Os participantes também foram questionados sobre seus conhecimentos em relação ao processo noticioso e suas habilidades de pensamento crítico. 

Os pesquisadores mediram a alfabetização digital usando duas métricas: a familiaridade com termos e atitudes relacionadas à internet e conhecimento sobre as plataformas de redes sociais. Termos como phishing (golpe para que as pessoas  compartilhem informações confidenciais), hashtags, JPEG(formato de arquivo de imagem), malware (“software malicioso” projetado para se infiltrar em um dispositivo), cache (depósito de informações que fica armazenado em uma parte do sistema operacional) e RSS (do inglês, Really Simple Syndication, formato de distribuição de conteúdo pela internet) foram incluídos no primeiro grupo para entender a familiaridade dos entrevistados com cada termo. Em relação ao funcionamento das plataformas, participantes foram questionados sobre como é feita a decisão sobre o que é exibido em seus feeds do Facebook. As respostas incluíam opções como: aleatoriamente, por editores e jornalistas de veículos de comunicação, por editores e jornalistas do Facebook e por análises computacionais que identificam o que é do seu interesse (resposta correta). Os dados do estudo foram coletados em dois momentos da pandemia, o primeiro entre julho e agosto de 2020 e o segundo no começo de outubro de 2020.  

 

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