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Liz Nóbrega

jul 10, 2024 | Destaques, Notícias

Adolescentes acham que vídeos curtos os mantêm informados e ajudam na escola

Liz Nóbrega
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Apesar de 90% dos adolescentes assistirem a vídeos curtos, apenas 11% deles produzem conteúdo para essas redes, sendo comum que eles acessem conteúdos de pessoas mais velhas. Esse é um dos dos achados da pesquisa “Uso e impactos de plataformas de vídeos curtos por adolescentes no Brasil”, realizada pelo InternetLab e pela Rede Conhecimento Social (ReCoS).

Dos 846 adolescentes ouvidos para a pesquisa, 86% acreditam que os vídeos curtos podem ajudar a se manterem informados – apenas 4% acreditam que isso pode atrapalhar – e 82% consideram também que esse acesso pode ajudar no aprendizado escolar.

 “Eu também uso o TikTok quando preciso me informar. Quando estou com pouco tempo e preciso de vídeos rápidos, vou lá e pesquiso algo bem resumido. Por exemplo, algum conteúdo para o Enem ou alguma coisa científica, no Youtube seriam vinte minutos, no TikTok já tem bem resumido e prático”, disse uma adolescentes para a pesquisa. 

36% dos entrevistados disseram que aprendem em muito pouco tempo com vídeos curtos. Além disso, 60% afirmam ver o conteúdo diariamente para dar risadas e ver memes, 46% para ver curiosidades e 35% para aprenderem coisas úteis. 

Instagram e Tiktok são as redes mais acessadas 

Plataformas de vídeos curtos, como o TikTok, Kwai ou Instagram Reels, são o tipo de aplicativo mais utilizado por adolescentes entre 13 a 17 anos, de acordo com um levantamento do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Já na pesquisa lançada nesta quarta-feira (9), o InternetLab e a ReCoS descobriram que o Instagram é mais popular entre os adolescentes: 73% assistem vídeos curtos – de até dois minutos – no Reels e 69% acessam o conteúdo via TikTok, 32% utilizam os shorts do YouTube, 7% assistem via Kwai e 2% via Facebook.

“Eu prefiro o Instagram, mas se eu precisar de alguma pesquisa ou precisar aprender algo fácil, eu prefiro o Youtube. É um equilíbrio entre os dois. Como o YouTube tem vídeos longos, não enjoa tanto”, comentou um dos adolescentes entrevistados. Já outro justificou sua escolha comentando que “o algoritmo dele [Instagram] dificilmente vai mudar de acordo com seus gostos, já o TikTok você vê uma coisa diferente e ele já muda tudo”.

A pesquisa também coletou impressões dos adolescentes sobre o algoritmo. “Acho que ele ajuda porque geralmente você está interessada em um assunto e ele vai te entregando de acordo com seu interesse, com o que vai assistindo e compartilhando”, disse uma jovem que acha o funcionamento positivo. “às vezes é ruim também porque às vezes a gente fica vendo muito esse vídeo, né? Tipo, às vezes enjoa ficar vendo o mesmo [tipo de] vídeo toda hora”, comentou outra jovem analisando os possíveis impactos negativos do sistema.

Impacto na saúde mental 

Outro dado levantado pelo relatório é o momento de acesso a esses vídeos, 59% tendem a acessar quando não tem nada para fazer ou estão com tédio, 46% consomem esse conteúdo na hora de dormir e também 46% quando não possuem outras atividades. Dos entrevistados, 86% assistem porque os vídeos trazem entretenimento em tempo rápido e 82% sentem que provocam a curiosidade para assistir cada vez mais vídeos. 

O impacto na saúde mental e o possível vício nos aplicativos também foram aspectos tratados na pesquisa. Por exemplo, 61% dos entrevistados não percebem quanto tempo gastam assistindo vídeos curtos e 36% relatam que seus responsáveis reclamam que ficam muito tempo no celular. Parte dos jovens também acredita que ficaria menos tempo acessando esses conteúdos se tivesse mais atenção da família (50%) ou se tivesse mais opções de lazer no seu bairro (57%).

A pesquisa também revela o papel dos adultos no acesso aos vídeos curtos, 75% dos adolescentes dizem que as e os responsáveis veem vídeos curtos todos ou quase todos os dias. “Aos olhos das e dos adolescentes, seus responsáveis fazem um uso intenso dessas plataformas”, revela o relatório de pesquisa. Entre os jovens que não acessam esse tipo de conteúdo, a frequência que seus responsáveis usam as plataformas todos ou quase todos os dias, cai para 40%.

A relação com a família também foi explorada de outras formas, 69% afirmaram acessar a internet escondido de seus responsáveis e 55% acham que as famílias poderiam orientar mais sobre as redes sociais a partir do diálogo porque 42% sentem sua privacidade invadida se os responsáveis pegam o celular. Sobre segurança, 59% disseram que começaram a usar as redes sociais antes dos 12 anos e 58% acreditam que esses não são espaços seguros para crianças e adolescentes.

Os jovens também analisaram quais conteúdos mais incomodam nas redes e elencaram o bullying e cyberbullying (82%), conteúdo que fala mal de mulheres (81%), com preconceito/racismo/homofobia (77%), que compara as pessoas (64%), conteúdo de violência (67%) como os que mais os inquietam. Como solução para essas questões, 74% acham que melhoraria se fosse mais fácil saber onde pode denunciar conteúdos impróprios ou se existisse o aviso de conteúdo sensível antes das publicações serem visualizadas.

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