A Meta, detentora do Facebook e Instagram, anunciou na semana passada que irá disponibilizar uma ferramenta gratuita de software de código aberto que desenvolveu para auxiliar no combate ao terrorismo online. O recurso, chamado Hasher-Matcher-Actioner (HMA), será compartilhado com outras plataformas para ajudar na identificação de imagens ou vídeos e tomar medidas contra eles em massa.
Em comunicado, o presidente de assuntos globais da Meta, Nick Clegg, pontuou o caráter multiplataforma de ações danosas, ou seja, o compartilhamento de conteúdos maléficos não ocorre em uma só rede, mas circula por diversas plataformas. Para Clegg, quanto mais empresas atuarem junto e participarem do banco de dados, mais abrangente e efetiva a ferramenta será.
“E melhor seremos todos nós em manter o conteúdo terrorista fora da Internet, especialmente porque as pessoas frequentemente mudam de uma plataforma para outra para compartilhar esse conteúdo. Mas muitas empresas não têm recursos internos de tecnologia para encontrar e moderar conteúdo infrator em grandes volumes, e é por isso que o HMA é uma ferramenta potencialmente valiosa”, destacou.
A cooperação é importante porque o sistema se baseia no software de correspondência de imagem e vídeo, ou seja, uma vez que o conteúdo identificado, ele poderá ser removido em massa nas plataformas, reduzindo a reincidência de posts terroristas. O comunicado ainda ressalta que o armazenamento não é realizado com o conteúdo em si, mas com um hash ou impressão digital que é exclusiva para cada imagem ou vídeo.
Além da nova ferramenta, a Meta informou no comunicado que no ano que vem irá assumir a presidência do Conselho Operacional do Fórum Global da Internet para o Combate ao Terrorismo (GIFCT), uma ONG que reúne empresas de tecnologia para combater o conteúdo terrorista online por meio de pesquisa, colaboração técnica e compartilhamento de conhecimento.
Na semana passada, circulou a notícia de que o Facebook estava sendo processado por estimular violência na Etiópia a partir da falha de moderação no conteúdo da rede. A petição alega que a falta de recursos humanos na moderação de conteúdo permite que a violência étnica piore, como já foi apontado no genocídio de Mianmar e na Índia. O processo reivindica que a plataforma pare de promover o ódio viral e rebaixe conteúdos com incitação à violência.
“É claro que não somos perfeitos e as pessoas vão discordar se as regras e os processos que temos são os corretos. Mas levamos essas questões a sério, tentamos agir com responsabilidade e transparência e investimos grandes quantias para manter nossa plataforma segura. Muitas dessas questões vão muito além de qualquer empresa ou instituição. Ninguém pode resolvê-los por conta própria, e é por isso que as colaborações entre setores e governos, como o GIFCT e o Christchurch Call, são tão importantes”, disse Clegg no comunicado sobre a nova ferramenta.