Alvo de denúncias e investigações pela promoção de conteúdo falso sobre vacinas, a Fazze foi banida do Facebook. No relatório de comportamento inautêntico coordenado do mês de julho, a plataforma detalha a exclusão de 65 contas no Facebook e 243 contas no Instagram relacionadas à empresa, que formava uma rede de campanha enganosa atuante na Rússia e com interferência na Índia, América Latina e Estados Unidos.
A investigação do Facebook revelou duas “ondas” na campanha promovida pela Fazze. A primeira delas, em dezembro de 2020, pretendia atacar a vacina Astrazeneca, com o compartilhamento de memes que sugeriam que quem tomasse a vacina viraria um chimpanzé. Isso porque indicavam que a vacina era prejudicial por usar adenovírus de chimpanzé na sua produção.
Legenda: “Walter, venha cá, não hesite. A vacina da AstraZeneca é segura. Nós tomamos ontem…”
A segunda fase da campanha desinformativa, que ocorreu em maio de 2021, buscava atingir a vacina da Pfizer. Uma das manobras utilizadas para esse propósito, já revelada aqui no Desinformante, foi a contratação de influenciadores que divulgaram informações falsas sobre a taxa de mortalidade que causaria o imunizante. Essa campanha foi denunciada por influenciadores da Alemanha e da França, o que desencadeou uma apuração do tema por jornalistas e pesquisadores. “Essa colaboração entre diferentes membros da comunidade é vital para expor as operações de influência e entender seu impacto”, destacou o Facebook em seu relatório mensal.
De acordo com a plataforma, os principais alvos das campanhas de desinformação foram a Índia, países da América Latina – especificamente Brasil e Argentina – e Estados Unidos. Tais movimentações coincidiram com as datas em que os governos desses países buscavam aprovar de forma emergencial o uso das vacinas. Ainda não se sabe quem patrocinou a campanha. Para a big tech, a campanha foi considerada “interferência estrangeira por meio de comportamento inautêntico coordenado”, ou seja, esforços coordenados para manipular o debate público para um fim estratégico, onde as contas falsas são centrais para a operação.
Leia aqui sobre a campanha desinformativa da Fazze no Brasil.