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Qual é o cenário?

set 10, 2021 | Qual é o cenário

Mulheres, pessoas negras e minorias políticas são alvos preferenciais do discurso de ódio promovido por campanhas de desinformação

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Nem todos são igualmente responsáveis pela disseminação de desinformação e essa desigualdade se mantém também quando falamos de vítimas. Mulheres e pessoas negras têm se mostrado alvos mais frequentes de campanhas desinformativas. Essa não é necessariamente uma novidade do ambiente digital porque essas populações são historicamente discriminadas, mas esse fenômeno ganha outra amplitude no ambiente online.

Segundo um relatório da ONU Mulheres, que reuniu dados mundiais sobre a questão, esse problema é global e se apresenta de diferentes formas. No Canadá, uma em cada cinco mulheres já havia sofrido assédio online e essa taxa era de uma a cada dez na União Europeia. Já no Paquistão, o fenômeno atingia quase 40% das mulheres. Além disso, um estudo do Pew Internet Center de 2017 mostrou que as mulheres tinham duas vezes mais chances de ser alvo de ataques do que os homens, nos Estados Unidos. É importante deixar claro que, apesar de esses ataques não estarem obrigatoriamente associados a campanhas de desinformação, eles frequentemente andam juntos.

A pandemia do coronavírus serviu para acentuar ainda mais o problema. Diversos países produziram dados que mostram como a exposição de imagens íntimas, práticas de bullying e de assédio aumentaram drasticamente durante o isolamento social.

Fonte: UN Women

As mulheres não são as únicas a serem alvos preferenciais de ataques digitais. Um estudo feito no Reino Unido mostrou, por exemplo, que comentários em textos de jornalistas negros, asiáticos ou de outras minorias étnicas publicados no jornal The Guardian tendiam a receber muito mais comentários ofensivos (e que, portanto, eram bloqueados) do que os textos de jornalistas brancos.

Exemplo marcante

Um relatório da UNESCO sobre violência contra mulheres jornalistas mostrou que 73% das entrevistadas já tinham sofrido ataques online e que, em 20% dos casos, isso repercutiu também em ataques offline. A questão de gênero e raça se torna ainda mais sensível quando tratamos de posições importantes para a democracia, como a de jornalistas. Este mesmo relatório aponta que 41% dos casos de ataques envolveram algum tipo de ação desinformativa.

Fonte: ICFJ

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