Depois de meses de negociações, o Google chegou a um acordo com o governo canadense para a implementação da Lei de Notícias Online. Após chegar a bloquear notícias em fevereiro, a big tech concordou em contribuir anualmente com 100 milhões de dólares canadenses (cerca de R$ 361 milhões) para apoiar o jornalismo no país.
“Isto beneficiará o setor de notícias e permitirá que o Google continue a desempenhar um papel importante ao dar aos canadenses acesso a conteúdos noticiosos confiáveis”, disse Pascale St-Onge, ministra do Patrimônio Canadense, em declaração oficial.
O valor, de acordo com a ministra, será repassado a um coletivo que distribuirá o valor a todas as “empresas de notícias qualificadas e interessadas, com base no número de jornalistas equivalentes em tempo integral contratados”. Serão abarcados também veículos de mídia independente, mídia indígena e de minorias de língua oficial.
Também segundo o Ministério, o Google se comprometeu a continuar disponibilizando treinamento, ferramentas e recursos para o desenvolvimento de negócios das empresas jornalísticas do Canadá e apoio a projetos de jornalismo sem fins lucrativos. Além disso, forneceu garantias ao governo de que as empresas de notícias canadenses continuarão a ser tratadas de forma proporcional aos seus pares globais.
A necessidade de negociar individualmente e não ter um “limite” para esse pagamento era uma das maiores reclamações da big tech. Em comunicado no blog da empresa, o Google disse estar satisfeito pelo fato de o Governo do Canadá ter se comprometido a abordar as questões centrais. “Enquanto trabalhamos com o governo o processo de isenção, com base nas regulamentações que serão publicadas em breve, continuaremos enviando tráfego valioso para os editores canadenses”, disse o Google.
Em breve o Ministério do Patrimônio deverá publicar os detalhes sobre a regulamentação da legislação, que entra em vigor no dia 19 deste mês. A Lei de Notícias Online tem o objetivo de garantir relações comerciais justas entre plataformas digitais e os meios de comunicação canadenses, por meio da remuneração do conteúdo jornalístico.
“O acesso às notícias ajuda os canadenses a se beneficiarem plenamente e a participarem da sociedade democrática. Com as redações cortando posições ou fechando totalmente, a saúde da indústria jornalística canadense nunca esteve tão em risco. Nosso governo permaneceu confiante o tempo todo de que esta lei era uma estrutura viável e equitativa para organizações de notícias e plataformas digitais”, disse Pascale St-Onge.
Ainda antes de a legislação entrar em vigor, em junho, a Meta havia anunciado o bloqueio das notícias no Canadá como forma de não negociar com os veículos. O bloqueio segue e os veículos de comunicação buscam alternativas para sobreviver ao “apagão de notícias” nas plataformas Facebook e Instagram.